Como sobreviver profissionalmente um cenário em que os empregos estão cada vez mais raros e as empresas buscando terceirizar, sub-contratar, pejotizar…? Várias pesquisas demostram que o profissional mais velho tem muito mais dificuldade de recolocação – e por “mais velho” entenda-se já alguém com 40 anos, e que ainda tem pela frente uns bons 25 anos de trabalho.
A saída encontrada (ou muitas vezes forçada) é o trabalho autônomo. De fato, minha pesquisa mostrou que na faixa dos 40 anos existem três vezes mais autônomos da que faixa dos 35-39 anos (17,8% contra 6,5%), e este percentual alcança 27,6% dos profissionais economicamente ativos aos 50 anos.
Pelo menos três macro-tendências, duas globais e uma local, mostram que o emprego como o conhecemos vai ficar cada vez mais raro:
- O aumento da produtividade resultante da inovação tecnológica: dispensa maiores considerações. Precisamos de menos gente para fazer as coisas…
- A desintermediação do mercado de serviços resultante da diminuição dos custos de transação: um jeito bonito para falar da “uberização” do mercado de serviços. Cada vez mais, facilitados pela inovação tecnológica, vamos direto aos fornecedores dos serviços e não a uma empresa. Pense Uber, Airbnb, Freelancer, Facebook, etc.
- O aumento da escolarização do brasileiro: há 20 anos, cursar uma faculdade era garantia de emprego e profissão. Hoje, balance um árvore que caem bacharéis, licenciados e tecnológos de todos os sabores e formações.
Mas nem todo mundo se sente confortável com a ideia do trabalho autônomo… Seja pela insegurança financeira, perda de status profissional ou mesmo pela novidade situação, não ter um emprego é assumir-se um fracasso profissional. E as pessoas continuam insistindo na busca do cada vez mais raro emprego e desprezam as oportunidades de outras formas de trabalho remunerado. Muitos por não acharem ter as competências necessárias para se tornarem autônomos.
Vejamos as características mais buscadas e valorizadas em um candidato em busca de emprego, de acordo com um levantamento do site G1 junto a 15 grandes empresas de recrutamento e de consultoria de recursos humanos:
Se você já tem ou pode desenvolver essas características, você pode se tornar um autônomo. Se não, desculpe, mas você está fora do jogo – do emprego ou do trabalho autônomo…
Concordo que não é fácil se tornar autônomo, principalmente quando se atuou como empregado por toda uma vida profissional. Não aprendemos a pensar o negócio de forma estratégica, nem a buscar clientes, muito menos a vender… Mas difícil não quer dizer impossível!
Veja a seguir algumas dicas de como se tornar um autônomo de sucesso:
- Tenha orgulho de ser autônomo! É preciso desconstruir a ideia de que o autônomo é um trabalhador “inferior” ou em situação mais precária que o empregado.
- Entenda como transformar os seus conhecimentos, experiências profissionais e ativos em produto(s) que possam ser colocados no mercado para vários clientes e a vários preços.
- Desenvolva um plano de negócios.
- Tire proveito dos sistemas e aplicativos para aumento de produtividade disponíveis. Não vai dar pra ser autônomo naquele ritmo lento dos empregados da maioria das empresas…
- Faça parte do ecossistema de serviços do seu setor.
- Construa um rede de parceiros para trabalho conjunto e indicações cruzadas.
- Seja feliz!
Participe do workshop “emPROendedorismo: a nova fronteira profissional“.
Crédito imagem: MidiaBoom
1 Comment
Luiz AVELINO
Edgard,
O mundo moderno exige um NOVO PERFIL profissional no mercado de trabalho, capaz não apenas de “fazer”, mas de “pensar” e “aprender” continuamente sobre aquilo que faz, e que tende a se generalizar em todas as esferas do setor produtivo. Mais do que nunca se difunde a consciência de que a educação, além de ser um investimento indispensável para a conquista da cidadania, é fundamental para formar o cidadão trabalhador, dando-lhe condições de enfrentar novos desafios colocados pelo atual sistema produtivo mundial. Cenário que, a cada dia, pela imaginação e realização do homem coincide com o próprio mundo e humanidade, e cujas exigências estão tornando as pessoas, QUALQUER QUE SEJA SUA IDADE, NOVAMENTE APRENDIZES. Em consequência, é imperativo hoje, oportunizar as pessoas um ambiente amistoso e instigador que as impulsionem enquanto indivíduo e participante do grupo, a explorar o espaço exterior, mas, sobretudo, o interior, como espaços de vida, através de um processo de EDUCAÇÃO CONTÍNUA. Nesse novo contexto, o futuro trabalhador deixa de ser visto como um simples componente de custo, passando a ser UM SUJEITO INTERFERENTE na sociedade e uma fonte de conhecimento indispensável ao avanço e aperfeiçoamento dos processos produtivos.
Percebe-se, atualmente, que o autodesenvolvimento é a única forma de combater a obsolescência. O futuro não acontece simplesmente: ele é o RESULTADO de nossas percepções sobre o presente e da forma como RESPONDEMOS a estas percepções SAINDO da ZONA de CONFORTO, tanto faz se empregado ou empregador. As pessoas nessa trilha devem buscar, através da gestão do autoconhecimento, uma relação com o mundo tendo ações focadas como sujeito autônomo na ATENÇÃO para deixar a mente aberta e alerta, na FLEXIBILIDADE para aprender a curvar-se diante dos fatos, na OUSADIA para tentar e arriscar, na CRIATIVIDADE para fazer diferente e evoluir, na CORAGEM para abdicar da zona de conforto, dominar o medo e realizar escolhas, e no PLANEJAMENTO para desenvolver as melhores e mais rentáveis estratégias individuais e coletivas na Vida inspirando e multiplicando a prática do exercício da cidadania em qualquer ambiente pessoal ou organizacional.